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Barretos, São Paulo, Brazil
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Sociologia e graduado em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual Paulista. Professor da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos "Dr. Paulo Prata".

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Igualdade

Sou feminista SIM! "Como um homem pode ser femista?" Essa pergunta está sempre pronta na boca de muitos homens e mulheres machistas e que pouco sabem do movimento feminista. Tal movimento busca uma igualdade entre os gêneros e não a sobreposição da mulher sobre o homem. E a igualdade deve ser um bem a ser conquistado a qualquer preço. A concepção de gênero é histórica. A construção da mulher como frágil, delicada, indefesa, sentimentalista, materna, fadada ao lar deve ser desconstruída. A mulher é muito mais do que cheiro, seios e vulva. Muito mais do que mãe, dona de casa e cozinheira. A mulher, assim como o homem, são donos de seu próprio corpo e sexualidade. Chega de submissão construída, planejada  e santificada. A violência jamais deve ser justificada, seja por questão de gênero e (ou) sexualidade. IGUALDADE JÁ!

Dor

     É tão engraçado como nós vegetarianos acabamos por incomodar os "carnívoros". É só falarmos que não comemos carne que logo aparece uma manifestação de indignação ou uma piadinha. "Você não come carne? Come o que então?" Como se não tivesse mil outras coisas saudáveis e deliciosas para comer. Estamos no século 21, já não precisamos caçar para comer, temos outras opções. Evoluimos...

     E as piadinhas então..."Não sou burro para comer mato", "vai acabar ficando verde de tanto comer alface!" Como se a única opção de alimentação saudável fosse alface. Há vegetarianos que não gostam de alface e nem por isso deixam de ser vegetarianos. Porém, a dor, o sofrimento, o stress, o sangue não fazem parte do nosso cardápio. 

     Não é nem por questão de uma boa alimentação, o ponto principal da minha indignação mas é  por  uma questão de justiça! O ser humano ainda precisa encontrar sua humanidade. A idéia de superioridade em relação aos demais animais o torna bruto. A covardia prevalece.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O herói (Caetano Veloso)

nasci num lugar que virou favela
cresci num lugar que já era
mas cresci a vera
fiquei gigante, valente, inteligente
por um triz não sou bandido
sempre quis tudo o que desmente esse país
encardido
descobri cedo que o caminho
não era subir num pódio mundial
e virar um rico olímpico e sozinho
mas fomentar aqui o ódio racial
a separação nítida entre as raças
um olho na bíblia, outro na pistola
encher os corações e encher as praças
com meu guevara e minha coca-cola
não quero jogar bola pra esses ratos
já fui mulato, eu sou uma legião de ex mulatos
quero ser negro 100%, americano,
sul-africano, tudo menos o santo
que a brisa do brasil briga e balança
e no entanto, durante a dança
depois do fim do medo e da esperança
depois de arrebanhar o marginal, a puta
o evangélico e o policial
vi que o meu desenho de mim
é tal e qual
o personagem pra quem eu cria que sempre
olharia
com desdém total
mas não é assim comigo.
é como em plena glória espiritual
que digo:
eu sou o homem cordial
que vim para instaurar a democracia racial
eu sou o homem cordial
que vim para afirmar a democracia racial

eu sou o herói
só deus e eu sabemos como dói

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Escolha



Há um bom tempo venho “militando” em prol do vegetarianismo. No primeiro momento a opção de não comer carne foi pensando em minha saúde. Um passo um tanto egoísta, mas já significativo. Hoje minha percepção em relação ao vegetarianismo possui um cunho político e ético. É pelos animais, pelo fim dos maus tratos, pelo fim da tortura e dor que me alimento de grãos, frutas, legumes e verduras. Uma alimentação saudável sim, conseqüência de uma opção libertária, justa e humana.
"Há diversos modos pelos quais você pode se relacionar com os animais. Essa relação pode ser intermediada por um sofá, sobre o qual você e seu gato de estimação passam juntos os domingos à tarde. O que liga fisicamente você a um cão de companhia pode ser a coleir usada para puxar o animal pela calçada aos fins de semana. Ou mesmo as grades de uma jaula através das quais tentamos jogar comida a um urso no zoológico. Há várias outras possibilidades, mas em torno de 99% dos casos, a relação dos seres humanos com os animais no nosso planeta se dá por outra via: por meio de um garfo e de uma faca"(Carlos Naconecy)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Saudade

Eu vivo a incerteza de um amanhã, a dor, a saudade, as lembranças me sustentam...ainda! Teorias, esperança, satisfação estão amaradas a miséria, a insegurança e ao silêncio. Ninguém quer ouvir os gritos, às vezes nem eu mesmo os ouço! Melhor não ouvi-los... caminho, caminho, caminho. Me procuro! Me perco.
(Marco Aurélio Monteiro)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Devolvo-me

Eu não sou poeta, nem filosofo...sou vivente. Vivo as cicatrizes das minhas escolhas e erros. Vivo sozinho, o silêncio é rompido com gotas de um calmante que diminue a minha inteligência. O efeito passa, as conseqüências ficam. Vivo! Choro! Amo! Devolvo-me. A tristeza é um sentimento que vem me sustentando, que me faz perceber vivo.

(Marco Aurélio Monteiro)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sou

Sou o abismo incessante entre o ser e o ter.
Vivo na penumbra de meu eu.
Faço-me Chico, Bethânia e Caetano,
me realizo com las películas de Almodóvar.
Choro com as telas, Kahlo.
Sou Macabéa, sou Macunaíma (já nasci grande),
sou Bentinho.
Gosto da normatização de Dahl, sou Adorno,
mas não alemão.
Bebo das concepções de Foucault,
me perco nas discussões marxistas.
Odeio a análise lacaniana.
Sou feminista, sou vegetariano, sou politólogo.
Sou homem, sou criança, sou um vir-a-ser.
Sou o ontem, lutando para ser o hoje.
Sou sensível, mas não fraco.
Sou a alegria Quintana,
sou pseudônimo de Pessoa.
Danço ao som da construção de meu eu.
Sou experiência inacabada.
Procuro não ser cartesiano.
Adoro a simplicidade das flores.
Angustio-me frente às desigualdades sociais.
Acredito no futuro.
Nasço e renasço a cada manhã.
Sou fato, sou nato, mas Sou.


(Marco Aurélio Monteiro)