Hoje pela manhã participei de mais uma Machiavéllica, trata-se de um ciclo de palestras promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, pela Universidade Federal de São Carlos. A iniciativa é ótima, são momentos propícios para discutirmos as pesquisas e os conhecimentos que vem sendo debatidos na área da Ciência Política.
A palestra de hoje tinha como tema a Economia digital y política en México: avances y limitações. Ministrado pela Prof. Drª Irma Portos, da Universidade Autônoma do México. A professora trouxe a discussão dados interessantes em relação as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) no México. Mostrando o quanto esta está aquém da utilização desses veículos para o desenvolvimento de uma comunicação política substantiva. A TV (veiculo de comunicação tido como tradicional) continua sendo o principal meio pelo qual o cidadão se informa sobre a política. O problema é que segundo a professora, "o entretenimento promovido pela TV sobressai ao conteúdo político e democrático". As emissoras são cada vez mais privativas (são duas emissoras privadas detentoras da veiculação das informações, há emissora pública, porém nem sequer abrange todo o país). Assim sendo, Portos desabafa "a televisão nos governa!".
O problema maior diante das NTICs, não é a falta de um aparato material-tecnológico (software, e-book, banda larga etc.), como corroborou o mediador, o Prof. Drº Thales Haddade, mas o não acompanhamento qualitativo proporcionado por esses meios. Assim sendo, a sociedade de informação continua a ser um tema da pauta de pesquisas, uma vez que, não está suprindo os problemas sociais e políticos. A tese central de Portos é que o uso mais significativo das novas tecnologias está atrelado a indústria, a produção e não a inovação, a política em si. E pior que o México não é uma exceção.