Quem sou eu

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Barretos, São Paulo, Brazil
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Sociologia e graduado em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual Paulista. Professor da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos "Dr. Paulo Prata".

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Experiências

Experimento o novo
A saudade do antigo me consome
Procuro e não me encontro
Sou eu ou sou o que procuro?
Procuro e não sou

Me preservo
Me suicido
Me burlo
Me arrisco
Me perco
Me consumo

Mas não, não me vejo!


Marco Monteiro


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Hoje

Na calada da noite, uma dor me aflige...
Ou dia ou noite, a penumbra me assusta, pois ao tentar me esconder me percebo. 
Os sentidos imprecisos me consomem.
Ora  sou, ora sou como me vêem. 
Mas me vejo. E me vejo sozinho e tudo parece ser  como antes... 
Antes a fraqueza me fazia forte.
Hoje a fraqueza me faz bronco.
Silencio... silencio...mas não calo.

Marco Monteiro

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Amor





Mesmo não acreditando no amor, pois jamais foi amado, ou não tanto quanto achava suficiente, escreveu em letras garrafais a palavra AMOR. Com o grito interrompido pela conveniência, típico dos fracos, achou uma agulha e furou o dedo profundamente. O sangue coloriu o papel vazio como a sua própria alma. AMOR. Por algum instante extasiado com o tom vermelho temia acreditar que essa foi à palavra pungente a secar no papel. A dor lembrada pelo sangue pingando no chão o fez achar graça. A desgraça, gota a gota, a desgraça o lembrava que ainda estava vivo, e que o único amor que o cercava era o amor que a desgraça escrevia.
(Marco Monteiro)


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Diferença ou desigualdade?

Olá queridos amigos. Segue abaixo um artigo meu que foi publicado o mês passado no Jornal  "O Diário" de Barretos. É um artigo bem simples, um tanto didático. Espero que gostem! Abraço.



Tratar o diferente com diferença, eis um dos princípios de uma relação humanizada entre as pessoas. Em um primeiro momento parece contraditório falar que as relações sociais humanizadas devem se valer pelo tratamento das diferenças. Em nosso imaginário a diferença muitas vezes é vista como desigualdade. No entanto, temos que nos ater que, diferença não é sinônimo de desigualdade. Diferença é o que nos coloca em condições de únicos, singulares e além de ser respeitada deve ser valorizada.
É claro que há diferenças entre o negro e o branco, o índio e o amarelo, a pessoa com deficiência e a pessoa sem deficiência, a criança e o velho, o homem e a mulher. O que não quer dizer que nessas relações ajam pessoas superiores em relação umas aos outros, pela cor da pele, cultura, deficiência física ou mental, idade e sexo. Assim sendo, podemos perceber que diferença não é o mesmo que desigualdade. A desigualdade é uma construção social que procura por colocar as pessoas em situações inferiores umas aos outras.
O preconceito, ou seja, a ideia ou a crença prévia que temos em relação ao diferente de nós é o que tende a nos colocarmos como superiores uns aos outros, nos levando a ter atitudes negativas de depreciação e discriminação, o agir sempre como se nosso ponto vista fosse o único e correto colabora para que a diferença seja vista como desigualdade.
O Ministério da Saúde em uma cartilha recentemente publicada traz a seguinte afirmação de que “todos os seres humanos são iguais, mas cada pessoa é diferente de todas as outras”, este material contempla a discussão em relação à atenção à saúde da Pessoa com Deficiência. A discussão é pertinente, pois colabora para entendermos a própria nomenclatura correta sobre a qual devemos nos direcionar frente à pessoa com deficiência seja ela física ou mental.
Há um tempo usávamos o termo “especial”, “portador”, “excepcional”, “deficiente” entre outros para retratarmos a Pessoa com Deficiência, hoje esses termos não são mais utilizados, pois se entende que antes de “deficiente” esses indivíduos são Pessoas com os mesmos direitos e deveres sociais independente das diferenças que os compõe. Colocar o termo “Pessoa” antes de deficiente é valorizar a igualdade entre todos, superando a diferença como desigualdade.
Contemplemos a diferença sempre, combatemos as desigualdades.

 (Marco Monteiro, O Diário, 05 de junho de 2012)

terça-feira, 3 de julho de 2012

"A voz da dor" por Isabel Belasco!




A vida sempre me reserva surpresas. Quando vim para a Faculdade de Medicina de Barretos jamais imaginei encontrar tanta gente querida, carinhosa, amiga. Compartilho com vocês do último poema da minha querida amiga e poetisa Isabel Belasco. Ela escreve com a alma, é sensível e ao mesmo tempo forte.


A voz da dor

"A dor fala...
Insistentemente
Impacientemente
Ela fala, e fala alto...

A dor não quer calar
Ela reclama seus direitos
De doer mais e mais
Sem sequer uma trégua dar

A dor grita,
Quer ser ouvida
Não nos permite dormir...
No peito cansado se agita

A dor geme
Sussurra doída
Dentro do coração sofrido
Até que ouçam seu gemido

A dor clama
Chama, brama, 
Quer respostas
Que nem sempre vêm

A dor tem voz
A dor é algoz
Quer escravizar, massacrar
Até nada sobrar
O desafio então
É apesar da insistência,
Não permitir que a dor
Determine o rumo ao coração"

(Isabel Belasco)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Nem tudo está como é..."



Me prende no erro!
Me justifica na falha...
Grita o não cometido.
Comemoram os não amados.
Cala, silencia, distancia o indissociável.
E tudo parece morrer...
Aos poucos gotas inibem funções do sistema nervoso.
Aos poucos gotas de sangue sinalizam uma passagem.
Aos poucos o sou é mero era.

(Marco Monteiro)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Apesar de você!



    Infelizmente essa canção embora datada faz parte de uma realidade vivenciada ainda hoje, em uma situação triste de autoritarismo, demagogia e cinismo. Que dias melhores venham, enquanto isso cantemos:

Apesar de você
(Chico Buarque)
Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai se dar mal, etc e tal
La, laiá, la laiá, la laiá


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cinza

Se calo me perco, se falo machuco. 
Se grito não sou escutado, se murmuro acovardo.
Se demonstro emoção não tenho legitimidade, se não sou emotivo não tenho sentimentos.
Esperam de mim, me espero...

 Marco Monteiro

terça-feira, 17 de abril de 2012

Até quando?



"60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras.Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros. A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo"




 (Primo Preto)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu 

silêncio" (Clarice Lispector) 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Conferência: Estrutura familiar na sociedade contemporânea

Estudantes de Medicina participam de conferência sobre a família contemporânea  http://www.facisb.edu.br/faculdades/down_enabled.gif
Na última quinta-feira, 8 de março, os estudantes do curso de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata participaram de uma conferência intitulada “Estrutura Familiar na Sociedade Contemporânea”, ministrada pelo sociólogo e professor da instituição Marco Aurélio Monteiro.
Com o objetivo de mostrar os diferentes tipos de clãs e o atual significado da família moderna, o sociólogo promoveu uma importante reflexão do tema entre os estudantes. “As estruturas familiares mudaram. Vivemos em um período de crise de identidade, onde nem sempre a palavra família quer dizer pai, mãe e filhos”.
Durante a conferência, os alunos foram apresentados às várias possibilidades de famílias que encontrarão ao exercer a Medicina e puderam debater o assunto. “Hoje temos famílias onde a mãe cuida dos filhos sozinha, relações homoafetivas, entre outras diversas situações que são diferentes da família do aluno. Por isso a importância de mostrar essas possibilidades, pois para cada um, a palavra família pode ter um significado e logo eles começarão a lidar com os pacientes e seus familiares”, analisa.
Parte da Unidade Curricular do curso, as conferências são realizadas todas as quintas-feiras por professores da instituição ou convidados. Entre os temas debatidos estão situações ligadas tanto à área da saúde quanto referentes à sociedade, um dos diferenciais do curso desenvolvido pela Faculdade, que pretende trabalhar o lado humano da Medicina.

http://www.facisb.edu.br/faculdades/noticia9.php

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher - Saudades da Heleieth!


"Dormi pouco para dar conta do recado".

 É com esta práxis proferida pela grande mulher Heleieth Saffioti, que parabenizo todas as mulheres (e homens) que lutam por uma igualdade de gênero. "Dormir pouco" é sinônimo de estar atento a toda e qualquer injustiça e desigualdade proferida contra a mulher. "Dormir pouco" é lutar por uma emancipação, um entendimento das práticas construídas socialmente e atribuídas ao papel da mulher. "Dormir pouco" é  dizer não a toda a submissão disseminada e naturalizada por uma sociedade machista. "Dormir pouco" é  gritar contra a violência, a segregação, os salários inferiores e a dupla jornada de trabalho. Heleieth é a prova de que vale a pena continuar lutando por um mundo mais igualitário. Forte, guerreira, com a voz um tanto perspicaz, fez sua parte ao lutar literalmente por um mundo melhor. Façamos o mesmo!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Eu não sou você e você não é eu



"Eu não sou você

Você não é eu

Mas sei muito de mim

Vivendo com você.

E você, sabe muito de você vivendo comigo?

Eu não sou você

Você não é eu.

Mas encontrei comigo e me vi

Enquanto olhava pra você

Na sua, minha, insegurança

Na sua, minha, desconfiança

Na sua, minha, competição

Na sua, minha, birra birra infantil

Na sua, minha, omissão

Na sua, minha, firmeza

Na sua, minha, impaciência

Na sua, minha, prepotência

Na sua, minha, fragilidade doce

Na sua, minha, mudez aterrorizada

E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim?

Eu não sou você

Você não é eu.

Mas foi vivendo minha solidão que conversei

Com você, e você conversou comigo na sua solidão

Ou fugiu dela, de mim e de você?

Eu não sou você

Você não é eu

Mas sou mais eu, quando consigo

Lhe ver, porque você me reflete

No que eu ainda sou

No que já sou e

No que quero vir a ser…

Eu não sou você

Você não é eu

Mas somos um grupo, enquanto

Somos capazes de, diferenciadamente,

Eu ser eu, vivendo com você e

Você ser você, vivendo comigo".

Madalena Freire

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lápis de cor!

Lápis coloridos! Gosto de lápis de cor. Não os tenho! Quando criança foi prometido a mim uma caixa pequena, com12 lápis. Dava-me por contente em ter em mãos doze cores que, para mim representavam as cores do mundo. Os lápis não vieram, mas renderam muitos sonhos, continuo sonhando até hoje. Hoje tenho medo de os ter. Medo de perder o encanto? Talvez... mas continuo me encantando com a possibilidade de tê-los...Para que? Não sei... Para segurar todos juntos com as mãos? Para sentir seu cheiro? Para arrumar e desarrumar na caixa? Para apontá-los incessantemente? Para  pintar um sonho ou rabiscar um sentimento de espera? Espera por ser percebido? De azul, de azul quero esperar minha vez!

Marco Monteiro

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Casamento homo afetivo: libertário ou reacionário?

Olá queridos amigos!

Acabou de ser publicado um artigo que escrevi quando ministrava aulas no curso de Direito na Universidade Federal de Uberlândia. Neste artigo, trago uma reflexão sobre o casamento homo afetivo sob um olhar sociológico e jurídico. Tive como objetivo, trazer à tona como está a luta pelo reconhecimento da união homo afetiva. Não sou um especialista na área, porém problematizo teorias estruturalistas e pós-estruturalistas em relação a união homossexual.

Segue abaixo o endereço do artigo:

Abraço
Marco Monteiro

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata

 


Iniciamos essa semana o ano letivo da Primeira turma de Medicina da FCSB. É com alegria que saudamos com uma boa vinda a todo o corpo discente. A nós docentes, cabe trabalhar com a filosofia da Instituição que é formar médicos humanizados, preocupados com o Outro, com compaixão e sensibilidade. Boa sorte a todos nós!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Quanto vale?

Tenho a necessidade de escrever, palavras por vezes me faz sentir livre. Embora caminhe não sei para onde, estou a caminhar. É engraçado se perceber em um espaço antes nunca imaginado. Desafios são postos a todo momento, o novo bate a porta sem perguntar se estou pronto. A prontidão é para os fortes? Não, a prontidão é para os loucos. Só não me venham com senso comum revestido de senso crítico. Não é questão ideológica, mas sim de bom senso. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo!

"Para ganhar um Ano Novo
que mereça esse nome,
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente."

(Carlos Drummond de Andrade)