Mesmo não
acreditando no amor, pois jamais foi amado, ou não tanto quanto achava
suficiente, escreveu em letras garrafais a palavra AMOR. Com o grito
interrompido pela conveniência, típico dos fracos, achou uma agulha e furou o
dedo profundamente. O sangue coloriu o papel vazio como a sua própria alma.
AMOR. Por algum instante extasiado com o tom vermelho temia acreditar que essa
foi à palavra pungente a secar no papel. A dor lembrada pelo sangue pingando no
chão o fez achar graça. A desgraça, gota a gota, a desgraça o lembrava que
ainda estava vivo, e que o único amor que o cercava era o amor que a desgraça
escrevia.
(Marco Monteiro)
De repente somem deixam saudade Mas ficam para serem lidas e copiadas Como uma escultura a ser adorada e reverenciada “E principalmente para não serem esquecidas, mas sempre lembradas.”
ResponderExcluirE o meu sangue impuro se faz
ResponderExcluirPor tantas vezes, que eu já não sei
Nesta busca insana, e m'alma inflama
Eu penso que sei, que reencontrei.