Acabo de assistir ao vídeo inédito dos bastidores da saudosa banda "Legião Urbana". Não me contive, ao ver Renato Russo, seis meses antes de "Bye bye Johnny". E resolvi fazer um post. Já ouvi muito Legião Urbana, já esbravejei suas canções como se fossem hinos, já chorei ao som de "Esperando por mim" e "Vento no Litoral", já me alegrei com a sutileza de "Acrilic on Kanvas" e militei em "Que país é esse?" e "Geração Coca-cola".
Mais do que relembrar as músicas, relembrei o que vivi. Renato Russo tocava a minha alma e falava a "língua dos anjos". O silêncio de seu adeus, acabou por silenciar também em mim "o encanto antes cultivado", silenciou em mim "um sorriso bobo parecido com soluço", silenciou "uma dor triste, um coração cicatrizado".
Renato Russo cantou a minha história, gritou as minhas angústias, internalizou meus sentimentos, me ensinou a conseguir meu "equilíbrio cortejando a insanidade", me fez acreditar que um dia "teremos a nossa vez".
Ao ver a imagem do poeta no vídeo me percebo mais do que nunca ligado as suas canções, pois hoje me compactuo com a sua vontade de "ser como os outros e rir das desgraças da vida", me compactuo de que "quando o circo pega fogo somos os animais na jaula", me compactuo que "não há por que voltar" e que "é de noite que tudo faz sentido, no silêncio eu não ouço meus gritos" e que "eu tenho um segredo e uma oração". Realmente é "bondade sua me explicar com tanta determinação exatamente o que eu sinto, como penso e como sou".
A saudade é um sentimento que faz renascer sentimentos. Me percebo vivo e assim, "não me entrego sem lutar, tenho, ainda, coração" e tento acreditar que "o mundo começa agora. Apenas começamos".
Salve Renato Russo!