Olá queridos amigos. Segue abaixo um artigo meu que foi publicado o mês passado no Jornal "O Diário" de Barretos. É um artigo bem simples, um tanto didático. Espero que gostem! Abraço.
Tratar o diferente com diferença, eis um dos princípios de
uma relação humanizada entre as pessoas. Em um primeiro momento parece
contraditório falar que as relações sociais humanizadas devem se valer pelo
tratamento das diferenças. Em nosso imaginário a diferença muitas vezes é vista
como desigualdade. No entanto, temos que nos ater que, diferença não é sinônimo
de desigualdade. Diferença é o que nos coloca em condições de únicos,
singulares e além de ser respeitada deve ser valorizada.
É claro que há diferenças entre o negro e o branco, o índio e
o amarelo, a pessoa com deficiência e a pessoa sem deficiência, a criança e o
velho, o homem e a mulher. O que não quer dizer que nessas relações ajam
pessoas superiores em relação umas aos outros, pela cor da pele, cultura,
deficiência física ou mental, idade e sexo. Assim sendo, podemos perceber que
diferença não é o mesmo que desigualdade. A desigualdade é uma construção
social que procura por colocar as pessoas em situações inferiores umas aos
outras.
O preconceito, ou seja, a ideia ou a crença prévia que temos
em relação ao diferente de nós é o que tende a nos colocarmos como superiores
uns aos outros, nos levando a ter atitudes negativas de depreciação e
discriminação, o agir sempre como se nosso ponto vista fosse o único e correto
colabora para que a diferença seja vista como desigualdade.
O Ministério da Saúde em uma cartilha recentemente publicada
traz a seguinte afirmação de que “todos os seres humanos são iguais, mas cada
pessoa é diferente de todas as outras”, este material contempla a discussão em
relação à atenção à saúde da Pessoa com Deficiência. A discussão é pertinente,
pois colabora para entendermos a própria nomenclatura correta sobre a qual
devemos nos direcionar frente à pessoa com deficiência seja ela física ou
mental.
Há um tempo usávamos o termo “especial”, “portador”,
“excepcional”, “deficiente” entre outros para retratarmos a Pessoa com
Deficiência, hoje esses termos não são mais utilizados, pois se entende que antes
de “deficiente” esses indivíduos são Pessoas com os mesmos direitos e deveres
sociais independente das diferenças que os compõe. Colocar o termo “Pessoa”
antes de deficiente é valorizar a igualdade entre todos, superando a diferença
como desigualdade.
Contemplemos a diferença sempre, combatemos as desigualdades.
(Marco Monteiro, O Diário, 05 de junho de 2012)