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Barretos, São Paulo, Brazil
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Sociologia e graduado em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual Paulista. Professor da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos "Dr. Paulo Prata".

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Amor





Mesmo não acreditando no amor, pois jamais foi amado, ou não tanto quanto achava suficiente, escreveu em letras garrafais a palavra AMOR. Com o grito interrompido pela conveniência, típico dos fracos, achou uma agulha e furou o dedo profundamente. O sangue coloriu o papel vazio como a sua própria alma. AMOR. Por algum instante extasiado com o tom vermelho temia acreditar que essa foi à palavra pungente a secar no papel. A dor lembrada pelo sangue pingando no chão o fez achar graça. A desgraça, gota a gota, a desgraça o lembrava que ainda estava vivo, e que o único amor que o cercava era o amor que a desgraça escrevia.
(Marco Monteiro)


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Diferença ou desigualdade?

Olá queridos amigos. Segue abaixo um artigo meu que foi publicado o mês passado no Jornal  "O Diário" de Barretos. É um artigo bem simples, um tanto didático. Espero que gostem! Abraço.



Tratar o diferente com diferença, eis um dos princípios de uma relação humanizada entre as pessoas. Em um primeiro momento parece contraditório falar que as relações sociais humanizadas devem se valer pelo tratamento das diferenças. Em nosso imaginário a diferença muitas vezes é vista como desigualdade. No entanto, temos que nos ater que, diferença não é sinônimo de desigualdade. Diferença é o que nos coloca em condições de únicos, singulares e além de ser respeitada deve ser valorizada.
É claro que há diferenças entre o negro e o branco, o índio e o amarelo, a pessoa com deficiência e a pessoa sem deficiência, a criança e o velho, o homem e a mulher. O que não quer dizer que nessas relações ajam pessoas superiores em relação umas aos outros, pela cor da pele, cultura, deficiência física ou mental, idade e sexo. Assim sendo, podemos perceber que diferença não é o mesmo que desigualdade. A desigualdade é uma construção social que procura por colocar as pessoas em situações inferiores umas aos outras.
O preconceito, ou seja, a ideia ou a crença prévia que temos em relação ao diferente de nós é o que tende a nos colocarmos como superiores uns aos outros, nos levando a ter atitudes negativas de depreciação e discriminação, o agir sempre como se nosso ponto vista fosse o único e correto colabora para que a diferença seja vista como desigualdade.
O Ministério da Saúde em uma cartilha recentemente publicada traz a seguinte afirmação de que “todos os seres humanos são iguais, mas cada pessoa é diferente de todas as outras”, este material contempla a discussão em relação à atenção à saúde da Pessoa com Deficiência. A discussão é pertinente, pois colabora para entendermos a própria nomenclatura correta sobre a qual devemos nos direcionar frente à pessoa com deficiência seja ela física ou mental.
Há um tempo usávamos o termo “especial”, “portador”, “excepcional”, “deficiente” entre outros para retratarmos a Pessoa com Deficiência, hoje esses termos não são mais utilizados, pois se entende que antes de “deficiente” esses indivíduos são Pessoas com os mesmos direitos e deveres sociais independente das diferenças que os compõe. Colocar o termo “Pessoa” antes de deficiente é valorizar a igualdade entre todos, superando a diferença como desigualdade.
Contemplemos a diferença sempre, combatemos as desigualdades.

 (Marco Monteiro, O Diário, 05 de junho de 2012)

terça-feira, 3 de julho de 2012

"A voz da dor" por Isabel Belasco!




A vida sempre me reserva surpresas. Quando vim para a Faculdade de Medicina de Barretos jamais imaginei encontrar tanta gente querida, carinhosa, amiga. Compartilho com vocês do último poema da minha querida amiga e poetisa Isabel Belasco. Ela escreve com a alma, é sensível e ao mesmo tempo forte.


A voz da dor

"A dor fala...
Insistentemente
Impacientemente
Ela fala, e fala alto...

A dor não quer calar
Ela reclama seus direitos
De doer mais e mais
Sem sequer uma trégua dar

A dor grita,
Quer ser ouvida
Não nos permite dormir...
No peito cansado se agita

A dor geme
Sussurra doída
Dentro do coração sofrido
Até que ouçam seu gemido

A dor clama
Chama, brama, 
Quer respostas
Que nem sempre vêm

A dor tem voz
A dor é algoz
Quer escravizar, massacrar
Até nada sobrar
O desafio então
É apesar da insistência,
Não permitir que a dor
Determine o rumo ao coração"

(Isabel Belasco)