Quem sou eu

Minha foto
Barretos, São Paulo, Brazil
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Sociologia e graduado em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual Paulista. Professor da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos "Dr. Paulo Prata".

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Com meu guevara e minha coca-cola

      Hoje acordei mais sociólogo do que nunca. A criticidade parece emergir no meu sangue, não que isto seja um estado biológico, bem longe disso. A analogia diz respeito ao meu estado de percepção de mundo. Algum motivo especial para isto? Inúmeros! Porém, parece que só nós sociólogos que percebemos o quão perverso é o mundo em que vivemos, e por isso somos chamados de  "loucos", ou  adeptos de uma "teoria da conspiração". Mais ainda bem que existem os loucos, os artistas e o grito. Eu GRITO!
       Não quero mais resolver os problemas, não estou me referindo necessariamente aos pessoais, com pílulas recomendadas pelos "sábios" doutores de psiquiatria. Muito menos com aqueles psiquiatras que se passam por escritores. Que postulam teorias aptas a mudar o mundo. Que dizem "basta mudar de pensamento, que tudo se transformará, pense positivo e agradeça diariamente as desgraças da vida a um Deus superior e inatingivel." (Permita-me, vai pro inferno Cury). Chega de literatura barata e de botequim! 
      Também não quero resolver os problemas com preceitos religiosos, que pregam a vida dura e o sacrifício como uma obra de desenvolvimento emocional e espiritual. Chega de alienação, hipocrisia e desdém para com o sentimento dos desfavorecidos que só existem porque tem os favorecidos. Este, por vezes representados pelo clero, com seus almoços regado a vinho e bacalhau. "Pobreza, castidade e obediência"  são  adjetivos folclóricos muito bem utilizados por eles, que se posicionam contra o aborto, contra o uso de preservativos, contra o casamento entre iguais, a favor de um moralismo pedante e absurdo. Mas que não deixam de explorar o dinheiro do pobre, de ter relações sexuais com crianças, de terem relações homossexuais. Ah...mas a Igreja é misericordiosa, preza pelo sacramento  da reconciliação, do perdão. Até isso foi criado para sanar a irresponsabilidade de seus atos. Pecou, fez algo errado, pede perdão. Perdão Senhor, contra a Inquisição, perdão Senhor, pela dizimação dos nossos irmão índios, catequisados de uma maneira tão perversa. Perdão Senhor, por nossos padres pedófilos, perdão Senhor por sermos tão fracos e humanos. Há justificativa para tudo! Como se o perdão fosse resgatar o trauma de uma criança que foi abusada sexualmente a vida inteira por vários padres dentro de um internato. Como se o perdão trouxesse de volta o sangue as veias de muitos índios explorados e comercializados, como se o perdão acabasse com a desigualdade econômicas entre os fiéis e o clero, que outrora esconderam ouro dentro de imagens de santos, e hoje ostenta a riqueza em Roma. 
      Não quero mais saber do preconceito assimilado, disfarçado, diluído desta sociedade mesquinha, cheia de diminutivos que amenizam as situações sociais. Chega de preconceito em relação ao negro, chega de piadas sem nexo de que os negros carregam no sangue o gosto natural e a desenvoltura de sambistas natos. Não aguento mais ver propagandas políticas afirmando que a maioria da população carcerária é formada por negros, isso é um absurdo! Não aguento mais ter que calar frente ao preconceito em relação ao negro para  deixar a situação em um estado pacífico. O mesmo vale para outras minorias, como as mulheres, os gays, as prostitutas, minoria esta não de quantidade, mas política. A idéia de que os gays são promíscuos, de que as mulheres são domináveis, e que a prostituição é condenável são todas idéias construídas por uma sociedade machista, heteronormativa e impiedosa.
      Estou decepcinado com o ser humano que  busca somente maximizar seus ganhos, que não respeita o diferente, que não pensa na dor nem no sofrimento ao se "alimentar " de carne, de uma vida empacotada por grandes frigorífícos. Não estou suportanto mais viver neste mundo...Artistas, loucos me ajudem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário